Mangueira e o povo Banto incendeiam Sapucaí na primeira noite de desfiles
Por Raphaella Loureyro
A verde e rosa trouxe para a Sapucai o enredo “A flor da terra: No Rio da negritude entre dores e paixões” desenvolvido por Sidnei França trazendo toda a arte Banto entre chegada da África com seus sofrimentos e ressignificacão da dor entre becos e vielas de Mangueira. A fé do povo Banto se mostrou presente durante o desfile com expressões utilizadas durante a travessia.
A comissão de Frente mangueirense executou a sua apresentação em três momentos : alegria da África, o sofrimento da escravidão e o renascimento com a negritude presente em Mangueira. Com um elemento cênico sendo o ciclo da existência, representando Nascimento, desenvolvimento e renascimento além da chegada dos negros escravizados ao Rio de Janeiro. Com danças da religião afro e danças atuais como passinhos, a comissão utilizou da iluminação do sambódromo com algo tão carioca e banto quanto as pipas e os “crias” e seus ancestrais.








O primeiro casal de mestre-sala e porta bandeira Matheus Oliverio e Cintya Santos se apresentou com dança forte e coreografia de marcação mostrando a ancestralidade do povo banto. Com muita elegância e simpatia, o casal deslumbrante encantou a Sapucaí.
A bateria dos mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto trouxe o tradicional surdo de primeira e muito berimbau durante seu desfile. Com bossas, funk e macumba, a bateria arrepiou a sua comunidade desfilante e todo público presente, além de um peculiar som de tiro de fuzil em seu refrão em referência a dor do preconceito e da morte em vitimas de comunidades como excluidos da sociedade.
Com belissimas fantasias bem representadas e de fácil leitura, a agremiação se destacou pela beleza, porém o peso de algumas alas prejudicou a evolução de seus componentes ao longo do desfile. A agremiação também apresentou problemas de acabamento em algumas alegorias, além de uma leve acelerada para nao estourar o tempo ao final de seu desfile.
Como destaque, temos o pede passagem e o abre-alas de personalidade mangueirense representando a ancestralidade em um mar em verde e rosa do povo Banto. As alas coreografadas também estiveram presentes encantando e enriquecendo seu enredo com danças tradicionais.
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